O menino e a Borboleta
Olá Papás!
Mais uma vez!
Aqui está a história que lemos na última catequese. É sobre um menino que perdeu a sua melhor amiga. Que tal relê-la com os vossos filhos? Tem um sentido muito importante para nós, amigos de Jesus...
Era uma vez um menino chamado Paulo. Tinha 7 anos, e um olhar cor de avelã que mostrava bem como era o seu coração: um coração bonito, inocente, acima de tudo um coração feliz.
O Paulo tinha uma amiga de quem gostava muito, com quem brincava todos os dias no jardim de sua casa. Era uma amiga um bocadinho diferente das outras: esta, no lugar dos braços e das pernas, tinha umas asas em tons laranja e amarelo. Conseguia chegar ao topo da árvore mais alta do jardim só com o bater das suas asas. Era a borboleta mais bonita que alguma vez vira.
Costumavam brincar às escondidas, mas ela ganhava sempre, porque cabia em qualquer sítio com mais de 3 centímetros. Também jogavam à apanhada ou então dançavam as canções de que o Paulo mais gostava. No fim do dia, sentado na relva verde, segurava-a no seu dedinho e dizia-lhe:
- Gosto muito de ti. Serás para sempre a minha borboleta, a mais bonita de todas.
Um dia, quando chegou ao jardim, não a viu. Primeiro pensou que já devia estar a esconder-se, que já tinha começado a brincadeira. Com um sorriso nos lábios, o Paulo começou a procurar a sua borboleta.
Procurou durante toda a tarde, e quando já achava que ela tinha fugido para longe, por não gostar assim tanto dele, encontrou-a. Estava na base do tronco da árvore mais alta, onde ele se sentara tantas vezes, caída no chão. A sua borboleta tinha morrido.
O Paulo ficou muito triste. Nessa tarde, correu para casa, e passou o tempo todo no seu quarto, a chorar. Nos dias seguintes, voltou ao jardim, para verificar que aquilo não tinha sido um sonho. Não tinha. A sua borboleta tinha mesmo morrido, e ele já não tinha a sua amiga para brincar.
Passado alguns dias, quando o Paulo estava na escola, viu um menino sentado à parte, a chorar. O Paulo era um rapaz muito meigo, e não gostava nada de ver as pessoas tristes. Por isso, foi ter com o menino:
- Como te chamas? – perguntou.
- Pedro – respondeu ele.
- Porque estás a chorar, Pedro?
- Porque não sei jogar à bola, e não tenho ninguém com quem brincar…
O Paulo queria ajudar o Pedro, porque sabia bem o que era não ter amigos para brincar. Então, começou:
- Olha Pedro, vou-te ensinar um jogo. Eu tapo os meus olhos e conto até 10. Enquanto isso, tu vais-te esconder num sítio bem secreto, e eu depois procuro-te. Se conseguires chegar aqui sem eu te encontrar primeiro, ganhas o jogo.
- Boa! Vamos lá!
E começaram a brincar juntos, no recreio da escola. O Pedro era muito bom a encontrar bons esconderijos, e o Paulo divertiu-se como já não divertia há muito tempo. Brincaram também à apanhada e ainda dançaram a canção que tinham aprendido nesse dia na escola.
Quando chegou a casa, o Paulo tinha o seu sorriso nos lábios mais uma vez. E lembrou-se da sua borboleta.
Nesse dia, percebeu que as coisas só morrem se as deixarmos morrer. A sua borboleta já não estava com ele, mas podia manter-se viva, se ele quisesse. Bastava partilhar com outros aquilo que ela lhe ensinara.
O Pedro nunca ia conhecer a borboleta do Paulo. No entanto, foi por causa dela que ganhou um amigo que sabia brincar a tantas coisas.
Ela ficou viva, sim, mas no coração do Paulo. Por causa dela, ele fez um menino feliz. Sempre que o Paulo jogava com o seu novo amigo aqueles jogos, lembrava-se de como tinha sido feliz com a sua amiga, que lhe ensinara tanta coisa, e pensava que enquanto ele fosse criança e soubesse brincar, ela ia viver para sempre.
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Não foi difícil para eles. Neste tempo de Páscoa, já tinham ouvido dizer que com os amigos de Jesus também se passou algo parecido com o que aconteceu ao Paulo.
Jesus morreu há muito tempo. E, na altura, os seus amigos ficaram muito tristes! Tal como o Paulo, que quando perdeu a sua borboleta ficou desolado.
Durante algum tempo, os amigos de Jesus pensaram que tudo aquilo que ele lhes ensinara tinha acabado e que tinham perdido aquele amigo para sempre.
No entanto, quando eles se voltaram a encontrar, e tomavam refeições juntos, recordavam juntos o que Jesus tinha sido para eles, e perceberam que podiam continuar a fazer aquilo que o amigo lhes ensinara. Por exemplo, Jesus costumava partir o pão entre todos, como sinal de partilha, e eles perceberam que se continuassem a partir o pão como ele fazia na altura iriam mantê-lo vivo!
Se olharmos por este prisma, a Ressurreição de Jesus é algo muito bonito, como os nossos meninos foram capazes de reconhecer. Ainda hoje Ele está vivo! Porque muitas pessoas como nós, catequistas, como vocês, pais e como as próprias crianças tentam aprender todos os dias com Jesus a ser pessoas mais felizes.
Porque não relembrarem isto com os vossos filhos? Que, tal como o Paulo soube manter viva a sua borboleta, através do novo amigo, nós também podemos manter Jesus vivo! Basta querermos...